Reunião ALAVRAS, ECVU, Nova Acrópole, ORBE e SME


Dia 21 de novembro, na SME - foto: Roberto Fachini


Por solicitação da ALAVRAS, ECVU, Nova Acrópole e ORBE, ocorreu, no dia 21 de novembro, em SJC, uma reunião entre estas entidades civis e a Secretaria Municipal da Educação, a SME, num ambiente de confiança e diálogo.
Estiveram presentes pela SME o Prof. Célio, Secretário Municipal da Educação, a Mônica Camargo, Coordenadora de Ensino das EFETIs, o Wilson, Diretor da EMEF, e a Priscila, Coordenadora da EFET da EMEF Mercedez Rachid Edwards. As entidades estavam representadas pela Cinthia (ALAVRAS), Fachini (ECVU), Rodrigo e Inez (Nova Acrólole) e Braga (ORBE).
Os itens da pauta foram a Campanha de Fortalecimento dos Conselhos Escolares e os desdobramentos gerados pela opcionalidade da Jornada Ampliada em SFX. No entanto, por sugestão do Secretário Célio, iniciamos as conversas por uma avaliação deste quase um ano de trabalho conjunto entre nossas entidades e a SME.

  1. Balanço dos trabalhos em 2013

Iniciando esta breve avaliação, o Prof. Célio relatou, entre outros assuntos, os esforços de sua gestão em atender as solicitações dos professores no sentido de evitar ou limitar as interferências na vida escolar, alheias ao projeto pedagógico. Citou os avanços na educação infantil em SFX, com a inclusão das crianças da zona rural (solicitação da ALAVRAS) e mencionou que será necessário construir um novo prédio para atender esse aumento de alunos, pois as instalações atuais são pequenas e não suportam a reforma necessária.
Explicou que o processo de adoção da Jornada Ampliada opcional deveria ter sido precedido de mais debates, mas que preferiu iniciar agora e corrigir problemas com o “carro andando”. Que o principal motivo da decisão está no fato da Jornada Ampliada ainda não ser universalizada em todo o país, o que a torna opcional. Citou as inúmeras reclamações de pais e alunos sobre esta obrigatoriedade. Mostrou-se contrário à divisão que estava existindo nas escolas entre a Jornada Regular (disciplinas obrigatórias como português e matemática) e os ateliês, fato nítido em nossa EMEF.
Por fim, defendeu um processo onde a Jornada Ampliada seja construída e consolidada progressivamente, onde o serviço prestado pelas escolas esteja à altura dos desejos do conjunto da comunidade escolar.
Os representantes das nossas entidades mencionaram 3 pontos positivos e importantes:
  • A união das Entidades Civis acima, além de outras com que procuramos manter  diálogo, com reuniões frequentes e ensejando um caráter perene, está sendo um passo muito acertado, potencializando a capacidade individual de nossas Entidades e permitindo uma maior compreensão dos cenários e opções de futuro.
  • A união das Entidades Civis e Escola, materializada na Comissão de Trabalho sobre parcerias, formada pelo Conselho Escolar da EMEF, também significou um grande avanço na compreensão de que comungamos em muitos objetivos e permitiu que quebrássemos barreiras de convívio, focássemos nossos debates no Projeto Pedagógico da Escola e resolvêssemos quase todos os obstáculos para o estabelecimento das parcerias escola/comunidade, no sentido de termos um bom ponto de partida.
  • Concordamos com a avaliação do Secretário sobre a importância da inclusão das crianças das zonas rurais na educação infantil.

  1. Fortalecimento dos Conselhos Escolares (CE)

Comentamos os debates sobre os Conselhos Escolares, realizados na Comissão de Trabalho do CE. O conteúdo desses comentários foi o mesmo já divulgado pela ALAVRAS em seu blog (http://www.alavras.blogspot.com.br/2013/11/campanha-de-fortalecimento-dos.html ), cuja leitura recomendamos.
Depois de debate sobre o assunto, o Prof. Célio mostrou que nada tem contra a construção de um Regimento Interno do nosso CE que tenha a “cara” de SFX, como previsto no Regimento da EMEF.  O acordo entre todos foi de que esse assunto entre em debate com a comunidade escolar (professores, direção, outros profissionais da escola, pais, alunos e interessados), mas que respeite um processo sem atropelamentos e focado nas necessidades reais, algo muito diferente de um regimento feito por um advogado ou outro profissional, sem refletir as necessidades da comunidade escolar na sua missão de melhoria contínua de nosso projeto pedagógico. Foi mencionada a experiência do Conselho Gestor da APA-SFX, onde a revisão do Regimento Interno adequou-o à realidade local e viabilizou um melhor andamento dos trabalhos.
O Prof. Célio mencionou também que a eleição dos CE´s de todo o município será realizada em data unificada e que obedecerá a um processo mais transparente.
Uma preocupação especial, que estava presente nos debates, dizia respeito a uma possível saída do nosso diretor da EMEF, o prof. Wilson. Todos manifestaram preocupação com essa possibilidade, pois os avanços atuais, no contato da escola com a comunidade, tiveram sua participação e foram de grande importância. O motivo de seu pedido de transferência é de ordem médica, não cabendo debate sobre o assunto.

  1. As consequências da Jornada Ampliada opcional

Independentemente de sua importância, a discussão sobre as conseqüências da Jornada Ampliada opcional foi o tema mais urgente.
No início, explicamos que nossa preocupação era com a possibilidade de os alunos que optaram apenas pela Jornada Regular não usarem esse tempo, que era da Jornada Ampliada, para outras formas de desenvolvimento e formação individual.
Atendendo a um pedido das nossas entidades, o prof. Wilson fez um levantamento detalhado, separando, ano a ano, entre os alunos que optaram pela Jornada Ampliada, os do centro e os das zona rural, e o mesmo com os que desistiram do período ampliado.
O resultado foi surpreendente, pois apesar de na “roça” haver tradicionalmente uma colaboração dos filhos nos trabalhos da propriedade rural, os resultados mostraram que, havendo transporte, a maioria das famílias rurais quer as oportunidades oferecidas pela Jornada Ampliada. Os números abaixo mostram como ficaram as matrículas, lembrando que somente alunos do 4o ao 9o ano podem fazer a Jornada Ampliada:

Total de alunos que optaram pela Jornada Ampliada                233

Total de alunos que desistiram da Jornada Ampliada                131
 
Total alunos (Jornada Ampliada mais Jornada Regular)          364

Fazendo os cálculos, chega-se à conclusão que 36% dos alunos desistiram da Jornada Ampliada. Surpreendentemente, a porcentagem de desistência dos alunos das zonas rurais foi de 32%, enquanto que a dos alunos do centro alcançou 45%.
Apesar dos números diferentes para centro e zonas rurais,  o mais relevante é o fato que a desistência em nossa escola foi muito grande e preocupante.
Diante desta realidade, propusemos que no início do ano letivo de 2014, os 131 alunos que desistiram da Jornada Ampliada (do total de 106 alunos, 48 desistiram no centro e de 258 alunos, 83 desistiram na zona rural) e respectivos pais sejam convidados a ir `a escola para conhecerem as ofertas de cursos ou oficinas das entidades civis. Essas atividades serão desenvolvidas no período que seria da Jornada Ampliada, de modo a permitir que esse aluno, caso seja da zona rural, utilize o transporte escolar e a vaga a que teria direito se tivesse optado pela Ampliada. A própria escola, dependendo do equacionamento de vagas, deveria expor o que está sendo oferecido na escola na Jornada Ampliada e, havendo interesse dos alunos, aceitar novas matrículas.
O Secretário aprovou a idéia e, agora, cabe às entidades que oferecem oficinas e cursos, estruturar essas oportunidades.
O secretário manifestou também sua admiração pelo interesse manifestado por nossas entidades, até então inédito em SJC.
A reunião durou 2 horas e foi qualificada pelos presentes como muito produtiva e como continuidade de um diálogo construtivo entre as partes.


Reunião com o Secretário Célio, dia 21 de novembro de 2013 - foto Roberto Fachini